Talvez porque assisti a algumas coisas grandes demais, na minha infância e juventude, ou talvez excessivamente pesadas e impressivas para a idade, embotou-se-me cedo a capacidade de admiração e deslumbramento. Fui fechando capítulos, arrumando puerilidades que outros conservam até o círculo se repetir, intenso, na senilidade final. Talvez seja um defeito humano pessoal de cepticismo ontológico, que se me acentuou com a idade, mas que me foi poupando a alguns "assassinatos por entusiasmo" (E. M. Cioran), a deslumbramentos pacóvios e a muitas desilusões que é habitual acontecerem, sobretudo na idade madura. E não me arrependo. Até porque me ficou ainda espaço para viver a alegria, mas de forma inteira, pura e essencial.
Acho graça à expressão, deslumbramentos pacóvios.
ResponderEliminarUma osmose com um final muito positivo. Ainda bem.
A usura para com as coisas secundárias, acaba por deixar uma "folga" maior para as essenciais..:-)
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