Pode viver-se por convencimento tácito uma situação, que se repete, ainda que lhe faltem os ingredientes originais e as personagens matriciais que lhe deram substância em tempos remotos. Pode até não haver a falsidade de nos enganarmos, mas simplesmente uma adesão afectuosa de aconchegarmos o corpo, do frio, e a alma, de saudosas memórias. Podemos até mudar de geografia, de casa, de gastronomia, mas o Natal acaba sempre por vir ter connosco, quer queiramos ou não, na sua nudez de criança e maravilha, na sua incomodidade desajustada, às vezes. Até um dia, em que faltaremos à mesa...
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