Os dados foram colhidos em L'Obs (nº 2709). Só me surpreende o facto de não se falar com dramatismo trágico na dívida japonesa, cuja percentagem em relação ao PIB é praticamente o dobro da dívida portuguesa. Talvez questão de temperamento ou, como dizia o outro: "...a dívida é para se ir gerindo..."
Bom, não se fala com dramatismo por cá, que temos vistas curtas. Por cada vez que fala da dívida pública portuguesa, o Krugman arrepela-se dez vezes com a dívida pública japonesa.
ResponderEliminarMas há outros números que vale a pena ver. Por exemplo, a dívida das empresas e famílias (que em Portugal é superior à dívida pública, e no Japão não). Ou a dívida externa (o que o país, globalmente, deve ao estrangeiro, e não a nacionais) - por cá é de mais de 100% do PIB, no Japão cerca de 50%.
Haverá variações, naturalmente, e tudo depende da perspectiva com que se aborda o tema... Por outro lado, com o mal dos outros podemos nós bem.
EliminarCreio, no entanto, que nada justifica vivermos obcecados com o pecado da dívida. Directa e objectivamente, eu até nem devo nada a ninguém.
Diretamente, talvez não deva mesmo. Mas objetivamente, alguém ficou a dever as estradas por onde circulamos, a energia que consumimos, as escolas onde aprendemos, etc. E digo mesmo "objetivamente". Temos que deixar de pensar que o Estado Social é responsabilidade dos políticos - ele é uma escolha dos cidadãos.
EliminarEstou de acordo com os ajustamentos que faz, do ponto de vista objectivo, e na perspectiva do colectivo. Em que todos somos, de algum modo, responsáveis.
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