Esgotada há muito, grande parte da obra (poesia e prosa) de Fernando Assis Pacheco (1937-1995), foi com grande agrado que tive notícia de que os seus livros vão ser reeditados pela editora Tinta-da-China, já a partir do próximo mês de Novembro. Data em que se completam vinte anos sobre a morte do Escritor.
Vinte anos... (
ResponderEliminarParece que foi anteontem...
EliminarHá um tango muito conhecido de Gardel, “Volver”, onde se diz “que veinte años no es nada, qué febril la mirada”. Lembro-me de ter lido num jornal español em 1985, aquando do quinquagésimo aniversario da morte do cantor, uma reportagem intitulada “Que cincuenta años no es nada”. E já são passados mais alguns anitos…
ResponderEliminarAdoro a poesia de Assis Pacheco, e queria deixar aquí, com sua licença, um dos meus poemas preferidos. Boa notícia a da reedição da sua obra.
Cumprimentos desde Espanha.
SONETO AOS FILHOS
Toda a epopeia da família cabe aqui
um avô galego chegado a Portugal rapazinho
outro de ao pé de Aveiro que se meteu
num barco para S. Tomé a fazer cacau
de filhos seus nasci
com este pouco de inútil fantasia
nutrida em solidões nas que me vejo
nu como um bacorinho na pocilga
e como ele indefeso e porém quis
mesmo assim ser mais que o animal
no tutano dos ossos pressentido
não peço nada usai o meu nome
se vos praz lembrai-me
o que for costume
mas livrai-vos do luxo e da soberba
Seja muito bem-vindo!
EliminarE agradeço, desde já, a inclusão no Arpose, de um dos seus poemas dilectos. Nunca é demais fazermos o que nos for possível para divulgar a obra de F. A. P., sobretudo a poética.
O meu poema emblemático, de Assis Pacheco, intitula-se " Não Posso" (Nasce/ em torpes corações a Primavera...") e creio que já consta do arquivo do Blogue.
Saudações muito cordiais!