Vieram, passaram. Cruzámo-nos, mas eles foram à frente, e deixaram memória: generosos momentos, luminosas palavras, passos conjuntos. Por vezes, alguns pequenos objectos preciosos, que guardámos. Depois, nós iremos também. E mais ninguém se há-de recordar, vivamente, destes cruzamentos fortuitos que, por agora, ainda nos parecem tão reais e inesquecíveis.
Durante três gerações existe a recordação, depois já é mais raro. O objeto deixa de ter nome (do antigo proprietário) e passa a ser designado (quando o é) com um apodo vagamente familiar e depois... Ou é muito bom e sobrevive... ou ....
ResponderEliminarO "trespasse" da memória, na sua intensidade original, é sempre uma impossibilidade humana. E se os objectos ainda podem contar histórias, os momentos imateriais desvanecem-se como fumo. Em três gerações - como diz -, no máximo.
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