Por iniciativa da Unesco, celebra-se hoje o Dia Mundial da Poesia. E como, pelo menos do meu ponto de vista, a memória é indissociável da poesia, aqui deixo o início de uma elegia, em que Camões aborda o tema. E também fica o convite para que as visitas do Arpose procurem os restantes versos deste poema, escrito pelo nosso poeta maior.
Não deixa de me recordar a guerra do Acordo Ortográfico e a defesa acérrima da ortografia de um período muito específico da História de Portugal (aí entre 1975 e 2008) que alguns fazem como sendo a essência da nossa Língua. Costumam, no argumentário, referir-se à "língua de Camões", vilipendiada pelo AO de 1990, esse crime de lesa-pátria. Lendo como Camões escrevia, fico perplexo.
ResponderEliminarPara lhe ser franco, meu caro Artur Costa, não terço convictamente por nenhuma das partes, embora continue a escrever à "antiga" - uma das vantagens de já não estar na vida activa e de nunca ter sido funcionário público. Apesar de tudo, acho que há argumentos atendíveis, quer de uma quer da outra parte da barricada.
ResponderEliminarSobre o assunto, já aqui falei, há tempos. E aduzo sempre o mesmo exemplo de reflexão: por que será que a Inglaterra nunca se preocupou em tentar uniformizar, ortograficamente, o inglês estado-unidense, o australiano, o canadense...? Porque, uma coisa é a evolução natural de um idioma, outra a obrigação imposto. E, por isso, daqui por 40/50 anos, teremos de fazer um novo AO. A língua é como se fosse uma coisa viva e sempre em movimento.