sábado, 30 de abril de 2011

Em volta do Vinho, Gastronomia, falsários e convencidos



1. Os jornais noticiaram a morte, ontem (29/4), de David Lopes Ramos (1948-2011), conceituado gastrónomo e probo crítico de vinhos que, no suplemento "Fugas" do jornal "Público", durante anos, educou o nosso gosto e paladar para melhor apreciarmos o que de bom temos na nossa cozinha e enologia. Com José Quitério, João Paulo Martins, José Salvador e Luís Ramos Lopes, pertenceu a uma geração notável que nos chamou a atenção, de forma isenta e desinteressada, para a rica gastronomia e vinhos nacionais. E, assim, também para que os nossos produtos melhor se aperfeiçoassem.

2. No melhor pano cai a nódoa - diz o povo, e com razão. A conhecida Christie's parece que meteu o pé na poça... Em 5 de Dezembro de 1985, a casa leiloeira inglesa vendeu uma garrafa de Château Lafite 1787, gravada com as iniciais "Th. J.", pelo astronómico valor de 156 mil dólares, a Malcom Forbes, da revista "Forbes". Segundo indicações da casa leiloeira, o vinho teria pertencido a um lote adquirido pelo 3º presidente americano, Thomas Jefferson, grande apreciador de vinhos franceses. Ora, recentemente, veio a verificar-se ter sido uma fraude, falsificada por Hardy Rodenstock. E não é que os reputados críticos Robert Parker, americano, e a inglesa Jancis Robinson, naquela época (1985) também apoiaram, involuntariamente, o falsário?

Linhagens 4

Composição e Impressão

Depois de ter apresentado os tipos e outro material tipográfico que serve para compor um texto, apresentamos, hoje, instrumentos necessários à composição.

A base, um tipo de tabuleiro, dá pelo nome de galeão. Por cima encontramos a peça fundamental, i.e., o componedor, uma regra para alinhar os tipos. Curiosamente, em alemão chama-se "barquinho" (ou seja, Schiffchen). Ao lado, temos um texto composto, o granel, devidamente atado para manter os tipos no lugar com o auxílio do cordel e da pega da linha como nos demonstra um excerto do Manual do Typographo:


Ou, ainda, um granel que faz parte da nossa colecção:


Ora, o texto composto ia do galeão para um tipo de moldura, a rama, em que se segurava o granel com material branco e, apertando todo o conjunto, ficava pronto para ser colocado na máquina para a impressão. Gravou-se-me na memória a marca da máquina de impressão, a HEIDELBERGER, pelo carinho com que o artífice falava dela. E aqui se apresenta:



Post de HMJ

Cromos 16 : Caramelos Jogadores da Bola






















A colecção, da Fábrica Universal, em Lisboa, composta por 134 cromos e de que me faltam apenas 9 números, data de 1950, ou por aí perto. Era de um tempo em que o Futebol era um desporto nobre, limpo, mas pobre. Em que as cotas mensais dos sócios do Vitória de Guimarães custavam Esc. 9$00, davam direito a assistir a 2 jogos, e ainda se podia praticar hóquei em patins; em que não havia quase nenhuns relvados e os campos eram de terra batida, regada antes dos desafios, para não levantar poeira, na Primavera e no Verão. Era o tempo de Barrigana (Porto), de Jesus Correia (Sporting), de Águas, pai (Benfica), de Bentes (Académica de Coimbra), de Franklin (Vitória de Guimarães), jogadores que mal ganhavam para comer e tinham, normalmente, outro emprego ou faziam uns biscates para compor o ordenado, ao fim do mês. Tempo em que os clubes não tinham jogadores estrangeiros e se orgulhavam disso. Quando muito tinham 1 ou 2 jogadores africanos das Colónias. Eram realmente tempos muito modestos, em que ganhar um distintivo do nosso clube predilecto ou uma pequena bola de borracha, por prémio que nos saísse e viesse numa senha dos caramelos, era uma alegria para a rapaziada...

Franz Lehár, com ligeireza q. b.




Franz Lehár nasceu na Áustria a 30 de Abril de 1870.

Bibliofilia 46 : "A Ceia dos Cardeais" de Júlio Dantas





Este terá sido, creio, o terceiro livro que comprei, com intuitos bibliófilos. E foi em Coimbra, improvável cidade (por incrível que pareça), no início dos anos 60 (1962?, 63?), onde eram inexistentes, praticamente, os alfarrabistas. Na Rua da Sofia, baixa conimbricense, havia uma loja empoeirada que vendia móveis usados que eu, de longe a longe, frequentava; por vezes, apareciam também, em cima desses móveis velhos alguns livros e revistas antigos. Foi lá que comprei a 1ª edição (Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 5 Largo de Camões 6, no ano de 1902) de "A Ceia dos Cardeais", de Júlio Dantas, que, em 1962, já contava 48 edições em língua portuguesa. Afora as mais de 50, em traduções estrangeiras impressas. A pequena peça de teatro de Júlio Dantas, estreada em Março (24?, 28?) de 1902, no então Teatro Dª Amélia (hoje, S. Luís), fora um sucesso. E as edições e representações sucederam-se, frequentes, no tempo. Por isso, e como o livro foi barato (Esc. 2$50), a compra da obra encheu-me de contentamento. O volumezinho (36 pags.) pertenceu, antes, a uma senhora açoreana que lhe inscreveu a marca de posse (Emilia da Camara Leite) e que o terá adquirido na (Livraria?) Teves Adam, de Ponta Delgada. Pessoa amiga, que recordo com saudade, ofereceu-me a encadernação com ferros a ouro, e ligeiro restauro, em finais dos anos 70 do séc. passado.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Curiosidades 33 : Coleccionar



Eu, pecador, me confesso, mas não de muitas coisas. De muito ou de pouco, na infância, na adolescência ou na idade madura, quase todos coleccionamos alguma coisa: selos, caixas de fósforos, moedas... Esse gosto, hábito ou mania, às vezes, fica, outras, não perdura. Vamos lá a ver, então, o nome atribuido a alguns coleccionadores ( alguns deles nem eu os sabia):

1. coleccionador de acções, obrigações, empréstimos e títulos - escripófilo; 2. de caixas de fósforos - filumenista; 3. de cintas de charutos - vitolfilista; 4. de botões - fibulanomista; 5. de bilhetes postais - cartófilo; 6. de cigarros (invólucros) - nicófilo; 7. de conchas - conquiófilo; 8. de bandeiras - vexilogista; 9. de embalagens de açúcar - glicófilo; 10. de rótulos de garrafas (de vinho) - enosemiofilista; 11. de moedas - numismata; 12. de porta-chaves - copoclefilista.

com a devida vénia a Roby Amorim e a A. de Almeida Mattos.

Memória 56 : Alfred Hitchcock



´


(Sir) Alfred (Joseph) Hitchcock, Londres, 13/8/1899 - Los Angeles, 29/4/1980.

Lembrar Duke Ellington...





...que nasceu a 29 de Abril de 1899. E, também, Cab Calloway. E, ainda, o filme "The Cotton Club".

O Cinema em Casa V



Anteriores ao "Cine-Romance", estes fascículos "Colecção Cinema", também da Agência Portuguesa de Revistas, continham, cada um, 4 filmes em novelização, e fotografias. Os da imagem foram editados em 1955 e 1956. Os fascículos saíam nos dias 10 e 25 de cada mês, e custavam Esc. 3$00. Os organizadores desta publicação eram Luís Miranda (director) e Mário de Aguiar. Glenn Ford, Gregory Peck, Doris Day, Jane Wyman, Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Clark Gable, Jane Russel, Jack Hawkins e Joan Collins eram alguns dos actores mais conhecidos que entravam nestes filmes, hoje, completamente esquecidos no tempo.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pão, circo e Serviço Público




A RTP1 consagra, hoje, 2 (!) programas 2 (!), num total de quase 80 minutos, ao casamento régio que terá lugar, amanhã, na Inglaterra. Se calhar, os altos dirigentes da RTP são monárquicos (bom proveito !), mas eu não sou...

Poema berbere



Gazela esguia, tão alta

como as palmeiras do sul,

mas vibra, nervosa e grácil,

como um vime tenro

colhido pelo vento

sob o céu azul.



Ibn-Rasid

A Barbie no Top 10

Ruth Handler, criadora da boneca Barbie, faleceu a 28 de Abril de 2002. Morreu fisicamente, é certo, mas a sua criação quitche é imortal. Como prova a enorme quantidade de visitas que se têm dirigido a um poste colocado, a 25 de Abril de 2011, no Arpose, a propósito de uns considerandos provindos de uma funcionária do FMI (obrigado, c.a., pela justa caracterização da personagem!). Pois é, as visitas vem do Porto, do Brasil, do BPI (porquê?), de Espanha...ver uma Barbie ao natural. Neste momento, esse poste, é um dos Top 10 do Arpose. Viva a Barbie!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dia Internacional "contra" o Ruído

No Arpose já abordámos a questão do ruído, denunciando o incumprimento, por parte de entidades públicas, da legislação em vigor. No que respeita ao espaço escolar, o ruído no interior dos edifícios e nas salas de aula é infernal. As lições sobre o meio ambiente e a cidadania ignoram o respeito pelas leis do país, em nome de uma educação não autoritária e em prol da criatividade juvenil, capitulando perante os gritos, guinchos e outras manifestações ainda menos civilizadas.




Pior exemplo, recorrente e persistente há anos, são os campos de jogos que as Câmaras do país instalaram junto dos edifícios de habitação. A imagem acima reproduz a localização, contíguo ao prédio, de um desses recintos de produção permanente de ruído, tanto de dia como de noite. O fundo da foto acima é o parapeito da varanda. Mais perto não podia ser!


Como se pode observar por detrás da baliza, a tinta verde do gradeamento já se gastou com tanta golada ruidosa e cada golo faz estremecer as tábuas e o arame. São os tais "pingos de solda" que não nos largam, sobretudo em dias de bom tempo, até altas horas da noite.
Que fazem os chamados agentes da autoridade ? Quando contactados a meio de noite por causa do ruído, pedem a identificação do cidadão para, de seguida, se recusarem a fazer o mesmo, desligando o telefone ao aflito e insone. Sem mais !
A Câmara Municipal de Almada, não obstante os seus prémios em prol do ambiente, delega na Junta de Freguesia da Sobreda o "encargo" de, igualmente, não fazer nada. Souberam, isso sim, instalar, a uma distância de 150 m, um "equipamento desportivo de 1ª - campo de futebol e de ténis", fechado, para os residentes das vivendas e afastado das casinhas.
Infelizmente, para os residentes dos prédios, são os dias de chuva intensa os momentos de silêncio, livres das goladas, dos gritos e do nível de língua selvagem que costuma acompanhar o ramalhete.
Post de HMJ

Osmose (17)




Sérgio dirige-se para as prateleiras dos CD's, sem opções pré-concebidas sobre o que vai ouvir. Por muito que domine o seu chip pessoal, por vezes, não sabe o que, concretamente, irá escolher ou aquilo que precisa de ouvir: jazz, Mahler, fado, Stravinsky, Trenet, Haydn...Barroco ou romântico? Suave ou a roçar o tom épico das marchas militares? Só perante as lombadas dos discos se vai apercebendo em que estado de espírito se encontra. Retira, então o CD e põe-no a tocar. Relaxa e acende o cigarro. Estende as pernas ao comprido e pergunta-se: "- Quem disse que a poesia era a mais nobre das artes?", e responde, em paz consigo mesmo e convicto, para si próprio: "- Enganaram-se redondamente. É a música."

Pelo aniversário do nascimento de Prokofiev








Sergei Prokofiev nasceu a 27 de Abril de 1891. O excerto musical pertence à obra Cantata de Alexandre Nevsky, a minha preferida do compositor russo que faleceu em 1953.

Óscar Lopes



Dos ensaístas e críticos portugueses, há um que particularmente estimo - Óscar Lopes (1917). Muita coisa aprendi com ele, quer através da sua imensa cultura, quer pela sua fina intuição ao descobrir-me os pequenos sinais que, nas obras literárias, às vezes se escondem, por intenção velada dos autores. Três vezes me cruzei com ele, uma delas num jantar em Lisboa, para os lados de Alfama, num restaurante modesto não muito longe de S. Vicente de Fora. Óscar Lopes passou a refeição em diálogo intenso com Eduardo Lourenço que abancara em frente, na mesa. Os dois humanistas falaram, sobretudo, de António José Saraiva que tinha morrido, havia pouco tempo, e repentinamente. Há alguns anos atrás, Eugénio de Andrade escreveu-lhe o retrato e, entre outras coisas, disse: "...gostaria ainda de falar, a propósito de Óscar Lopes, de simplicidade e de pudor, pois nele é o que imediatamente vem à tona". A idade avançada faz recolher ao silêncio a maior parte dos homens - silêncio próprio, e dos outros. E, esse limbo é, também muitas vezes, a antecâmara do esquecimento. Espero que isto não aconteça a quem o não merece, por tudo aquilo que fez na vida. E pelos outros.

para o António, que comigo partilha a estima e a admiração.

Por várias razões...





...e, sobretudo, por algumas das palavras do discurso de Albert Finney.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Uma louvável iniciativa



Hoje, ao tomar café depois do almoço, reparei que as embalagens do açúcar vinham com uma espécie de colecção de "Expressões Populares", indicando, também, o seu significado e a sua origem. É uma boa iniciativa, quando a nossa língua portuguesa anda tão abastardada. A colecção é constituída por 30 expressões populares diferentes. Das que usamos para adoçar o café, uma vai em imagem ("Feito em cima do joelho"), a outra é "Sem eira nem beira" que, segundo, o pacotinho de açúcar, significa: Pessoas sem bens, sem posses. E a sua origem, segundo a mesma fonte "doce": "No Brasil Colonial, as casas possuíam um telhado formado por três linhas de telhas sobrepostas com detalhes, chamados de eira, beira e entre beira, que serviam não só de adorno, mas também para distinguir as diferentes classes sociais. Assim, uma casa que não tivesse eira nem beira mostrava a condição humilde do seu dono."

Divagações 5



"Sempre acreditei que o desejo de ser constante comigo mesmo implicava muitas vezes o risco da insinceridade" escreveu André Gide (1869-1951) em Retour de l'U.R.S.S. (1936). Lembro-me, em simultâneo, de uma frase de António Lopes Cardoso (1933-2000), deputado que foi, também, ministro da Agricultura. Dizia ele que "um político que é coerente, repete-se". Estas duas frases, ambas com implicações políticas, revelam uma preocupação de autenticidade, uma ética e noção de princípios que, hoje em dia, importam a poucos. Gide, ao publicar o livro referido acima, foi duramente criticado por ter, no fundo e apenas, uma visão desassombrada e algo crítica sobre a U.R.S.S. de Estaline, onde tinha estado em visita, pouco antes. É sempre perigoso ter razão antes do tempo. Lopes Cardoso acabou por abandonar o PS e é, hoje, um homem quase esquecido. Era um homem que fazia política por convicções. Mas a memória é curta em relação à coerência e privilegia mais tudo aquilo que é politicamente correcto, e ordenado pelos cânones dominantes. O tempo acabou por dar razão a André Gide mas, entretanto, o escritor francês, que teve o Nobel da Literatura em 1947, já tinha morrido.

Eugène Delacroix





Provavelmente fruto de um adultério, Ferdinand-Victor-Eugène Delacroix nasceu a 26 de Abril de 1798, nos arredores de Paris. Sobre as diferenças entre Pintura e Poesia escreveu nos "Carnets", a 16 de Dezembro de 1843, o seguinte: "...O poeta salva-se pela sucessão das imagens, o pintor pela sua simultaneidade. Exemplo: olho os pássaros que se banham num pequeno charco formado pela chuva (...), vejo ao mesmo tempo uma quantidade de coisas que o poeta nem sequer pode mencionar, e muito menos, descrever, sob pena de ser fastidioso e encher páginas e páginas, para no-las transmitir e, mesmo assim, imperfeitamente. (...) Aqui está a impotência da arte do poeta; é necessário que de todas estas impressões ele escolha a mais forte para me fazer imaginar as outras."

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ratos, coca e álcool



De há uns tempos a esta parte, tenho acompanhado com alguma atenção as breves aparições dos rostos e figuras dos elementos das Agências de ratos (rating agencies), quer nas televisões, quer em declarações a jornais. Desde o inefável Tomás António da Moody´s, muito loiro e frio, até outros rapazes, menos conhecidos. Mas reparei também que todos tinham uma coisa em comum: uma palidez sobrenatural, um tom álgido crepuscular e umas feições que pareciam vir, directamente, dos filmes de Ed Wood. Aparentavam também ser pouco saudáveis e, talvez, anoréxicos - alguns, até se notava, que deviam ser rapazes muito tristes. Possivelmente, teriam tido infâncias infelizes, traumas na adolescência ou então, pensava eu, seria de passarem muito tempo, fechados, nos gabinetes, sem verem a luz do dia, nem respirarem o ar livre da vida.

Mas no domingo, 24/4/2011, ao ler a revista do jornal "Público", chegou-me a resposta às minhas dúvidas e inquietações. Pela palavra escrita da estimada actriz São José Lapa, que refere Paul Krugman, a propósito das diferenças entre homens e mulheres, e o seu trabalho nas "rating agencies". Aqui vai a citação dessa parte do artigo, retirada da pg. 51, da revista dominical Pública: "...Elas não se metem tanto na coca como os meninos das agências de rating. O economista Paul Krugman diz que eles são um bando de jovens entre os 20 e 30 anos, alcoolizados e com quilómetros de coca. Elas tendem a não ter o mesmo trajecto, vêem que as coisas são de outra qualidade. ..."

Estela Barbot, conselheira do FMI, troca-tintas

Nos últimos tempos têm surgido umas figuras com discursos e pensamentos prolixos que, pelas piores razões, se nos gravam na memória. A economista, cuja imagem se reproduz acima, resolveu, conforme expressão do Diário Económico, "dar um raspanete ao Governo Português" por ter concedido tolerância de ponto na quinta-feira da semana passada. A conselheira do FMI ignora, certamente, que na maioria dos países da UE, com excepção de Portugal, são feriados nacionais as segundas-feiras das festas católicas principais: Natal, Páscoa e Pentecostes. Que perda de produtividade !

No entanto, será lícito perguntar como se mede a produtividade daqueles que, ao mesmo tempo, são funcionários (?), conselheiros de organismos internacionais, cônsules em países distantes, membros de Institutos. E já agora, será o Instituto Português de Cooperate Governance mais um desses institutos com subsídios estatais.?

A economista em epígrafe, tendo recebido o convite para conselheira do FMI através do Governador do Banco Central da Polónia, teria que dar muitos "raspanetes" àqueles que, na Polónia, vivem do engrossar da mão-de-obra ilegal nos países do centro da Europa, permitindo que trabalhadores polacos alimentem a economia paralela.

Contudo, com a revisão em alta dos resultados do FMI, devido à desgraça dos Gregos, Irlandeses e ora dos Portugueses, bem pode a conselheira preparar-se para a próxima festa e uma página de destaque na conceituada revista Caras.

Bom feriado, hoje, do 25 de Abril.



Post de HMJ



Um poema de E. de A., pelo 25 de Abril



Soberania



Voltar, recomeçar - com que palavras? Um bando de ganapos ri, canta na esquina da rua. Gostaria de pensar que eu e essas vozes que chafurdam na noite se ignoram até aos ossos. Mas não é assim: a vulgaridade desses sons atravessa as paredes; são, apesar dela, uma companhia. Habito um país sem memória - alguém sabe de lugar mais triste? É o tempo do tordo branco emigrar. Voltemos pois ao princípio. E o princípio são meia dúzia de palavras e uma paixão pelas coisas limpas da terra, inexoravelmente soberanas. Essas, onde a luz se refugia, melindrosa. Só elas abrem as portas aos sortilégios, e os sortilégios são diurnos, mesmo quando invocam a noite, e as águas do silêncio, e o indelével tempo sem tempo. 3.2.86, Eugénio de Andrade.



Nota pessoal: toda a grande poesia, todo o poema autêntico deflagra em várias direcções, com a força de uma arma, como uma mina defensiva e terrestre, nuclear e concentrada, que sobressalta, fere e atinge vários corpos. Por isso, este poema em prosa, "Soberania", incluído no livro Vertentes do Olhar, de Eugénio de Andrade, hoje, 25 de Abril.

Citações LXV : Alexis de Tocqueville


"O amor pela ordem confunde-se com o gosto dos tiranos."

Alexis de Tocqueville (1805-1859).

domingo, 24 de abril de 2011

Para o 25 de Abril, José Afonso




Cada tempo tem o seu endereço: antes do 25 de Abril, eram os pides; agora são as agências de ratos ( rating agencies). José Afonso, sempre.

Mercearias Finas 30 : ... e Pascais



As amêndoas sempre foram transversais, pela Páscoa, na Europa. Molares, tipo francês, de chocolate...mas as mais originais, cá, eram as ditas de Coimbra, pintadas à mão pelos estudantes, nas férias. Com vários formatos: a imitar ervilhas verdes, tremoços, corações, cantis, feijões e os "meninos de Paris", com licor, no seu interior. Em matéria de bolos, no Sul, predominam os Troncos e os Ninhos, sempre decorados a fios de ovos e, os segundos, com ovos cozidos e coloridos. No Minho pontificava, principalmente, o Pão de Ló de Margaride, amarelinho no interior, das muitas gemas de que era feito. Era, por tradição, acompanhado de "Vinho fino" (vinho do Porto de produção particular) que o Padre, na sua visita Pascal, habitualmente, provava em casa dos seus paroquianos. A gente miúda, na província, a norte, quando ouvia os sinos a tocar e as campaínhas, próximas, a anunciar o Compasso, costumava gritar: "- Padre aos ovos!", e os adultos cobriam, então, de pétalas de flores coloridas, para atapetar, a soleira da porta de casa, para o clérigo aspergir e abençoar a moradia, com água benta. Era assim no Minho.

Mas o que não podia faltar era o cordeiro ou anho assado no forno, muito tenro e estaladiço, acompanhado de pequenas batatas alouradas e, por vezes, esparregado. E o arroz de miúdos do dito, nessa altura, aconchegado no fogão a lenha, que lhe dava mais sabor. Não tenho que me queixar, no entanto, deste meu almoço de domingo de Páscoa, outrabandista. Pelo contrário, tudo estava a contento, requintado e saboroso. E HMJ, na sua criatividade, acrescentou à tradição uns nabos refogados - para acompanhar - que estavam uma delícia. Abrimos um Dão "Duque de Viseu", tinto, de 2008, só de Touriga Nacional e Tinta Roriz. Um bocadinho de Jaen, no lote, não lhe faria mal nenhum, mas não se pode ter tudo. O vinho portou-se à altura. Como dantes se dizia: "Santa Páscoa!" E vão com deus...

Linhagens 3

Material Tipográfico: Vinhetas, Clichés e xilotipia


Voltamos, hoje, a um pormenor da caixa que introduzimos anteriormente. Escolhemos, para o efeito, os tipos em madeira que, havendo poucos exemplares na tipografia, fizeram o meu encanto pela estética do desenho e a beleza do material. Os dicionários de livros consultados explicam que os tipos de madeira se utilizam, como diz a palavra, para a xilotipia.
No fundo da caixa encontram-se as peças que davam pelo nome de clichés. Eram peças com desenhos ou logotipos de empresas - veja-se a cruz da Bayer - em metal, inteiro ou parcial. O cliché que apresenta apenas a parte superior em metal era fixado com preguinhos, como se pode observar na imagem, numa base em madeira. Por outro lado, e para o mesmo fim, existiam, na tipografia referida anteriormente, as vinhetas. Constavam também do catálogo de tipos as vinhetas que abaixo reproduzimos.




As vinhetas com os números 25 e 41 sobrevivem, ainda hoje, como desenhos em ex libris. Haverá, certamente, leitores nossos que identificarão, facilmente, os proprietários de uma e de outra marca que assinala a propriedade dos livros do criador do Arpose e da sua colaboradora em tempos livros.


Post de HMJ

Agildo Ribeiro, pelo seu aniversário







Nascido em 1932, passa hoje o seu aniversário o comediante brasileiro Agildo Ribeiro. Com a sua capacidade de criar personagens típicas e habilidade histriónica, contribuía para a boa disposição de quem o ouvia no "Planeta dos Homens" e outros programas divertidos que passaram na TV portuguesa, nos finais dos anos 80. Aqui o lembramos, por isso.

Mata-borrões




Hoje, creio que já mal se usam. Mas eram muito úteis, no passado, quando se escrevia com caneta. Serviam para fazer secar a tinta, ou para absorver, mais rapidamente, algum borrão ou pingo que caísse, importuno, sobre a escrita, depois raspava-se a mancha a canivete ou com a ajuda de uma borracha de tinta, e a apresentação do texto ficava mais conforme. O papel absorvente, normalmente, de cor rosa ficava no verso de uma espécie de postais com imagens muito variadas que iam, do reclame a medicamentos, a produtos alimentares, até à divulgação de cultura, como é o caso deste mata-borrão do Museu de José Malhoa, com a reprodução de um quadro de Portela Júnior. O mata-borrão a fazer publicidade à Farinha Lacto-Búlgara é de 1950.

Pela Páscoa, Bach, com os melhores votos!

Para todos os Amigos e, também, para os fiéis visitantes.


sábado, 23 de abril de 2011

Ruggero Leoncavallo (1857-1919)





Ruggero Leoncavallo nasceu a 23 de Abril de 1857. A sua obra mais conhecida é a ópera "I Pagliacci". O compositor italiano faleceu em 1919.

O uso ligeiro das palavras e dos números





É conhecido o fosso que separa, habitual e culturalmente, os homens da Ciência dos homens da escrita ou das Letras. O assunto foi abordado, e bem, por C. P. Snow (1905-1980) no livro "The Two Cultures", em 1959. Snow sabia do que falava porque era, ao mesmo tempo, físico e romancista. A frequente ignorância, dos cientistas, pelas Humanidades e dos literatos, pelos números, acentuou-se muito, nos últimos tempos. E contribui para a leviandade de alguns raciocínios que, por obrigação, são feitos com palavras.



Li hoje, no jornal "Expresso", de 22/4/11, uma entrevista a um jovem professor (Ricardo Reis) de economia, na Universidade de Columbia, onde a "leveza" com que usa as palavras ao abordar alguns temas, quase me pareceu roçar a demagogia. A uma pergunta do jornalista: "...a produtividade é baixa porque os salários são altos, é verdade?"; o jovem professor responde: " A resposta tem duas versões. A primeira diz-nos: a crise que hoje vivemos deve-se à subida dos salários na última década, incluindo a subida em 2009 - uma decisão eleitoral do primeiro-ministro, José Socrates. Um erro terrível: os nossos custos por trabalhador são hoje 30% mais caros do que na Alemanha. ..." Será que o nóvel economista desconhece que o salário mínimo de Portugal é o mais baixo, ou dos mais baixos, da UE.? E que os salários altos portugueses são, na UE, dos mais elevados? Nem uma palavra sobre a organização do trabalho, em cada um dos países, nem uma frase sobre as agências de rating e a sua co-responsabilidade na crise... Com raciocínios destes, com esta leviandade no uso das palavras, o que é dito, na entrevista do "Expresso", parece-me apenas um abuso demagógico e irresponsável.

Latino Coelho e os adjectivos régios



José Maria Latino Coelho (1825-1891) é, ainda hoje, um dos melhores e mais distintos portugueses do nosso séc. XIX. General de Engenharia, escreveu a "História Política e Militar de Portugal...", foi Ministro da Marinha e lente da Escola Politécnica. Sabia grego, era um apaixonado pela Matemática ("...uma das mais gratas voluptuosidades do entendimento") e um estudioso das Ciências Naturais. Mas era, também, um homem bem disposto e com humor. Alexandre Herculano dizia dele: "Latino sabe tudo e o que não sabe, adivinha." Era também conhecido pelos seus ditos oportunos e saídas curiosas e humoradas. A um amigo, uma vez, aconselhou: "Quando uma pessoa tem razão, deve argumentar como homem. Quando não tem, deve discutir como mulher." - pese embora algum machismo da tirada... De outra vez, e vem a propósito dos tempos de hoje, dizia: "Em Portugal, há coisas muito curiosas. Quando se quer engrandecer qualquer coisa, chama-se «real». Armada Real, Real Academia, Real Teatro de S. Carlos, etc. Mas quando se trata de calote, então chama-se-lhe Dívida Nacional ou Dívida Pública". Hoje, ao que parece, os portugueses procederam a algumas inversões, neste particular. Dizemos Teatro Nacional D. Maria II mas, também, Dívida Soberana. Mudam-se os tempos, mudam-se os adjectivos...

Filatelia XX : William Shakespeare





Nascido pouco antes de 26 de Abril de 1564, data em que foi baptizado, o grande dramaturgo inglês faleceu a 23 de Abril de 1616. A série de 5 selos ingleses, na imagem, foi emitida para comemorar o Festival de Teatro, em 23 de Abril de 1964, bem como o 4º centenário do nascimento de William Shakespeare.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta-feira de Paixão



Um pouco por atavismo ou tradição, é natural lembrarmo-nos, nesta data, da Crucificação de Jesus Cristo. Grünewald pintou-a, para sempre, pura e dura. No meu modesto entender, nunca mais nenhum pintor a representou melhor. Mas, o quadro, já aqui o postei, em 2 de Abril de 2010. Trago, hoje, à imagem uma "Descida da Cruz" de Hans Memling (seu nome de baptismo, alemão) ou Jean Memlic (como lhe chamam na Bélgica), nascido próximo de Frankfurt, em 1433, e que veio a falecer em Bruges, no ano de 1494. Foi, aliás, neste última cidade que exerceu, com grande sucesso, a sua actividade de pintor. Não sendo muito original é, no entanto, um pintor considerado e estimável. Os seus retratos são realistas, as expressões, sóbrias. Mas dizem-no muito devedor, em influências, do flamengo Hugo van der Goes. À consideração...

Kanimambo, João Maria Tudela



Em ronga, dialecto moçambicano, Kanimambo significa obrigado. João Maria Tudela, que nasceu em Moçambique, no ano de 1929, faleceu hoje, em Cascais. O seu maior êxito, como cantor, foi a canção "Kanimambo". Que, gente da minha idade, ainda sabe trautear.

Syringa vulgaris - Lilás

Um pé de lilás viajou, em tempos, de uma aldeia da antiga Colonia Agrippina, para o Oporto, depois de ter criado raízes na margem sul. No vaso desenvolveu, este ano, a flor que se reproduz, não sucedendo o mesmo todos os anos, com pena minha.


O pé de lilás veio de um quintal memorável. Guardo da floração do lilás uma memória de anúncio de Primavera, o perfume era o do mês de Maio.


Aproveito para desejar uma Boa Páscoa ao novo dono nortenho de um pequeno pé de lilás, assim como a todos os nossos leitores, desejando que o tenro rebento também lhe dê flores e perfumes.


Para A. de Almeida Mattos


Post de HMJ

Cadavre exquis: ora esguardae, estas search words





Vai o título trilingue, para acompanhar o teor do poste. A primeira parte liga-se ao Surrealismo cujas obras colectivas se ordenavam indiferentemente e sem critério lógico, ou racional. A segunda parte do título remete para um romance ("Ora esguardae...") de Olga Gonçalves (1929-2004) que, por sua vez, o foi buscar a uma das Crónicas de Fernão Lopes. É um livro escrito a quente, sobre o 25 de Abril, em que os diálogos parecem de escrita automática, sem preocupações de sequência ordenada e causal. E, tudo isto, porque, nestes últimos dias, têm sido tantos os dislates, no Arpose, entre a burrice googlesca do motor de busca a dar resposta às inconsequentes asnices prolixas das "search words" dos "pesquisadores", que tenho que descarregar algumas para poder anotar outras, em memória futura. Parece que a proximidade da Páscoa provocou um inusitado e acrisolado fervor religioso (IURD ?) sobre pastores... Ora, então, esguardae: 1. disse para o Google o "investigador", "pastor mario viegas de salvador" e, alheio porventura a misticismos, o motor de busca apontou-lhe o poste intitulado "Nos 15 anos da morte de Mário Viegas"; 2. outro escreveu "igor canario cantando louvores a deus", e foi encaminhado para "Giorgio Vasari"(?); 3. um "pesquisador" curioso perguntou: "o que é vênia catecismo", ao que o Google ( farto desta religiosidade, por certo) respondeu, laicamente - "Com a devida vénia, o Sudão...". Seguem-se agora os linhagistas ou visitantes obcecados pela genealogia: 4. diz a visita para o motor de busca: "mister bayer mariana sampaio", e o Google leva-o pela mão até ao poste "Mais gregerías para afastar os coiotes" - esta merecia uma medalha de ouro do Mad Magazine. Finalmente, o 5. o visitante pergunta, meticulosamente: "josé afonso alves da silva maria do carmo da cunha pintor e desenhista", e o motor Google de pesquisa responde: terceira porta à esquerda, poste do Zeca Afonso - "O pintor morreu". Safa! Se André Breton lesse isto, ficava de olhos esbugalhados e, se calhar, destruía toda sua obra, pela qualidade destas "pérolas" magníficas. Felizmente, o surrealista francês também já morreu...

Favoritos LI : Jack Nicholson












Jack Nicholson completa hoje 74 anos. Tenho que concordar que, por vezes, é truculento e cabotino, mas é, também, muitas vezes, um excelente actor.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Adagiário XXXVI : Páscoa




1. Altas ou baixas, em Abril vem as Páscoas.


2. Ramos (domingo de) molhados, anos melhorados.


3. Páscoas de longe desejadas, num dia são passadas.


4. Não há Entrudo sem lua nova, nem Páscoa sem lua cheia.

Sinais do Tempo : blogues e contribuidores



Pela mão amiga de H. N., tomei conhecimento através de "Le Monde", de algumas novidades relacionadas com: sítios, blogues e contribuidores. Será, porventura, um fait-divers mas é, também, um sinal dos tempos. Desde a greve dos colaboradores do sítio do jornal "Huffington Post", na América, que se cansaram de contribuir, graciosamente, até Hughes Serraf, em França, começa a haver um movimento crescente e impaciente no sentido de que este trabalho seja remunerado. Os contribuidores cansaram-se de apenas ganharem visibilidade e notoriedade, de terem de suportar os plagiadores e sanguessugas que proliferam à volta, e de, nada de concreto, receberem em troca. Se alguns ainda auferem um modesto pagamento (de 200 a 620 euros, na França), a grande maioria dos que escrevem para sites nada ganham. O jornal "Le Monde", no desenvolvimento do tema, acrescenta: "Manter um blogue é uma ascese: é preciso alimentá-lo todos os dias. E, depois, mais dia menos dia, acontece um fenómeno bem conhecido sob o nome de «fadiga do bloguer». Começa a sentir-se o vazio, pensamos: «Já não tenho nada para dizer, acabaram-se-me as ideias» - refere Caroline Franc..."

A acompanhar, com atenção...

com a devida vénia a "Le Monde" e agradecimentos a H.N..

Pinacoteca Pessoal 10 : Giorgio de Chirico







O pintor grego, de origem e ascendência, Giorgio de Chirico nasceu na Tessália, a 10 de Julho de 1888 e morreu em Roma, a 20 de Novembro de 1978. É, com Carlo Carrà, fundador da escola de pintura dita "Metafísica". Amigo de Picasso e de Apollinaire, de quem fez um retrato (em imagem) premonitório, a obra de Chirico apresenta 3 fases evolutivas. Uma mais despojada, onírica, surrealista na forma como associa elementos muito díspares que provocam perplexidade ou sugestões inexplicáveis a quem os vê; a segunda fase é mais geométrica, de linhas arquitecturais clássicas que excluem quase sempre as figuras humanas ou que as representam em cavaletes ou como meros manequins ou estátuas. Na terceira fase, em que também executa cenários para o "Ballet de Monte-Carlo", voltam a surgir figuras humanas, cavalos e gladiadores. O Pintor publicou também um roman-rêve intitulado " Hebdomeros", em 1929. O 2º quadro deste poste, em imagem, denomina-se "O regresso de Ulisses". Escusado seria dizer que Giorgio de Chirico é, de há muito, um dos meus pintores predilectos.

Comic Relief (28) : Natália de Andrade




Aqui fica a sugestão para um novo hino a ser adoptado pelo partido "Os Verdes". Que não destoaria, com certeza, com as intervenções musicais da voz inefável da deputada Heloísa Apolónia, tanta vez, no Parlamento.


com os melhores agradecimentos a c. a..

Mark Twain



Mark Twain, pseudónimo de Samuel Langhorne Clemens, faleceu a 21 de Abril de 1910, com 75 anos incompletos, mas já antes, por engano, um jornal noticiara a sua morte. Repentista e com grande sentido de humor, o escritor americano escreveu uma carta ao director do periódico a fazer um desmentido bem disposto e irónico. De outra vez, estando numa reunião em Nova Iorque, havia num grupo, uma senhora com pernas notavelmente deselegantes. Mark Twain voltou-se para um amigo e comentou: "- Aquela senhora não deve ser inteligente. Uma mulher que tenha umas pernas tortas como aquelas deve usar um decote bem grande, para desviar as atenções..."