quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Lang e Tati


A meio termo entre Metropolis (1927), de F. Lang, e Há Festa na Aldeia (1951), de J. Tati, ficaria talvez a Aldeia da Roupa Branca (1939), de Chianca e Beatriz, que poderia ser o aeroporto Sá Carneiro, no Porto, por onde também passámos, antes de regressarmos a Lisboa, provenientes, desta vez, do Luxemburgo.
O aeroporto da capital do Grão-Ducado reconciliou-me com o mundo das viagens aéreas, pela sua pacatez e dimensão humana, pelo seu serviço simpático. Sobretudo, depois de passar pelo inferno sofisticado e kitsch de Frankfurt, que me lembrou Fritz Lang ou, à volta, pela canhestrice lusitana mal-educada e parola das tias tripeiras da TAP-Porto, no check-in.
Foram quase duas horas luxemburguesas de cidade de província, com todos os aconchegos felizes, essas que nos repousaram e robusteceram de esperança, humanidade e fé nos outros, enquanto esperávamos o avião que nos traria de novo para Portugal. A destoar, apenas um bando de jovens africanos, acantonados em local à parte, que pareciam esperar a deportação - mas o mundo não é perfeito, já o sabíamos.

2 comentários:

  1. Das minhas memórias, cada vez mais apagadas recordo no aerporto de Schipohl,
    na Holanda, anos 70 e tal, uma corrida louca para entrar no avião, onde já
    estavam à nossa espera, e mal entrámos, o avião levantou voo. A mala entrou
    connosco e penso que foi uma atitude simpática e generosa da tripulação em
    relação ao nosso atraso. Não sei se hoje, isso seria possível!
    Gostei muito da valsa de Chopin,do último poste.

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    1. Nunca aterrei na Holanda, só passei por..:-)
      Hoje em dia, a maioria dos aeroportos estão insuportáveis e gentilezas, como a que refere, não são imagináveis.
      Ainda bem que gostou do vídeo.
      Bom dia.

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