Tenho em conta que o colectivo é quase sempre importante, mas penso também que uma personalidade marcante e competente pode mudar radicalmente uma instituição, uma sociedade, um país.
A Adega Cooperativa de Monção, por exemplo, habituou-nos, decerto num esforço colectivo, à qualidade exemplar dos seus vinhos brancos, nos últimos 30 anos, de que o Alvarinho Deu-la-Deu e o Muralhas são provas sobejas e sempre agradáveis.
A Adega Cooperativa de Vila Real era apenas uma entre as várias cooperativas de Trás-os-Montes, como a sua congénere de Pegões, até há poucos anos atrás, pouco se diferençava das outras cooperativas da Península de Setúbal. No entanto, a entrada de Jaime Quendera na Adega de Sto. Isidro fez toda a diferença, e os vinhos produzidos, hoje, são dos melhores que podemos encontrar nas terras do Sado.
No mesmo sentido vai a qualidade da Adega Cooperativa de Vila Real, após a entrada dos enólogos Rui Madeira e Luís Cortinhas, que provocaram uma nítida melhoria qualitativa nos vinhos sob a sua chancela.
Nota-se-lhes ousadia e inovação que inclui a introdução da casta Fernão Pires (Maria Gomes, na Bairrada) nalguns dos seus vinhos brancos, e o resultado é extremamente positivo. Quase residual ou, pelo menos, minoritária no Douro, a Fernão Pires é muito usada, sobretudo, no Ribatejo, Bairrada e Península de Setúbal. Não me lembro de alguma vez ter bebido um branco do Douro em que ela entrasse no lote.
Pois, a aposta ousada de Rui Madeira e Luís Cortinhas, foi bem sucedida e ganha. Provei hoje um Vila Real 2012, Reserva branco (Viosinho, Malvasia Fina e Fernão Pires), que era excelente. Citrino, floral, mas seco q. b., acompanhou muito bem uma Pescada à Algarvia, com batatinhas assadas que vieram do forno. Bom trabalho, senhores Enólogos!
Este vinho da Adega de Vila Real bebi em casa de amigos e já tenho comprado.
ResponderEliminarÉ uma boa escolha, sem dúvida.
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