Parece-me indiscutível que a memória visual sobreleva todas as outras: a olfactiva, a do tacto, a dos sons... Mesmo a leitura de um romance impressivo e marcante, se a temos na memória, acaba por ser ofuscada pelas imagens de um filme que possa vir a ser feito, com base nessa obra. Cito, em abono da minha afirmação, "O Leopardo" (Lampedusa) ou "Morte em Veneza" (Mann), ambos realizados por Luchino Visconti.
Um dos assuntos, hoje falados ao jantar, teve por tema a obra de Sttau Monteiro (1926-1993). A propósito de "Felizmente há luar" (1961), recordei "Angústia para o jantar" (1961), que li, na altura, com imenso agrado. Mas deste romance (novela?), grande sucesso nos anos 60, recordava-me apenas de uma vaga casa situada na Avenida Infante Santo, onde decorriam algumas cenas. E, também, distintamente, da capa da primeira edição (em imagem) por onde li o livro.
Mas também me lembro, perfeitamente, da última vez que vi Luís de Sttau Monteiro. No início dos anos 80, no desembocar da Travessa Teixeira Júnior (Alcântara), estava ele - creio - à espera de uma Senhora...
Sem comentários:
Enviar um comentário