sexta-feira, 4 de maio de 2012

O Belo e o Feio


Sempre me interessou, em Arte, perceber o diálogo estético que se estabelece entre os extremos. O perfeito e o "bonitinho" têm sempre uma adesão simples e imediata, em detrimento do "feio" que, esteticamente, pode também ser "belo" - pese embora a contradição. Aí estão Bosch, Goya, Soutine, Bacon para prova desta minha afirmação, porventura polémica, no que em relação à Pintura diz respeito.
No jornal "Le Monde", de 27 de Abril de 2012, vem uma interessante entrevista ("Les monstres ont triomphé des dieux") com Jean Clair, historiador de arte e antigo director do Museu Picasso, em que este tema é abordado de uma forma singular e inteligente. Mas algumas afirmações de Clair são, também, polémicas. Por exemplo: "...a restauração das leis antigas da beleza veio sempre de regimes autoritários, ver ditatoriais - o nazismo e o estalinismo reclamam-se, por exemplo, duma estética fundada sobre a beleza clássica." (Tentadora, apesar de tudo, esta tese...)
Fiquemos hoje por aqui, mas tenhamos a humildade e tolerância para apreciar, esteticamente, o feio, uma vez por outra, a benefício da Arte, em geral.

2 comentários:

  1. Recomendo a leitura de FISIOLOGIA DO GOSTO - INTRODUÇÃO A ALEGRIA DO MAL de José Emílio-Nelson , de Luís Adriano Carlos. Ou , numa segunda edição, com o título: A ESTÉTICA DO FEIO COMO DESAFIO À POESIA DO NOSSO TEMPO.

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  2. Tomei boa nota da informação, meu Caro, e agradeço.

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