terça-feira, 6 de março de 2012

Umberto Eco, bibliófilo


O último "Le Nouvel Observateur" (nº 2469) traz uma entrevista com o italiano Umberto Eco (1932), onde se fala de livros, nomeadamente, da sua obra "O Nome da Rosa". O entrevistador, Didier Jacob, a meio da conversa pergunta: "É um bibliófilo?" Ao que Umberto Eco diz:
"Eu tenho 50.000 livros. E mil são obras raras. De cada um, recordo-me da maneira como o adquiri. Tenho, por vezes, a mesma obra em duplicado, muito embora, quando eu quero tocar no objecto, pego na minha edição rara, e se procuro simplesmente uma citação, folheio a edição normal. Aquilo de que mais gosto, nesses livros antigos, é que eles têm histórias para contar, as histórias dos seus numerosos leitores. Eu tenho um Paracelso que não tem grande valor porque é um volume isolado de uma série. Mas nesse livro não há um único espaço que não esteja coberto por uma caligrafia da época em três cores diferentes, e com linhas sublinhadas. É mais do que um livro, é autêntica renda fina bordada."

4 comentários:

  1. E verdadeira. Com a minha modestíssima experiência, Margarida, tenho "sentimentos" semelhantes.

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  2. Tenho poucas raridades, mas também me lembro do modo como adquiri os livros e, em muitos casos, onde os li.

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  3. Não me lembrarei de todos, MR, mas daqueles que mais estimo ou gostei de ler, a memória fixou o tempo.

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