Sabe-se que foi o dito Estado Novo, com autorização de Salazar, que saldou as dívidas remanescentes à livraria antiquária Quaritch, em Londres, contraídas por D. Manuel II (1889-1932), na compra de livros antigos portugueses que estão, hoje, no Palácio de Vila Viçosa, à guarda da Fundação da Casa de Bragança. As compras foram, em vida, sendo feitas pelo nosso último monarca, com a ajuda do bibliófilo inglês Maurice Ettinghausen.
Do que eu já não me lembrava, é que o quadro de Hieronimus Bosch (1450?-1516), "Tentações de Santo Antão", que hoje se encontra no Museu de Arte Antiga, fora também pertença de D. Manuel II. Recordei-o ao ler "A Casa de Bragança - História e Polémica" (1940), onde, na página 70, se refere o seguinte:
"...Por agora direi apenas que só a livraria de Fulwell Park tem estado segura no valor de 5.000 contos ou mais, e que, segundo me informa pessoa competentíssima, só um dos quadros - cujo direito de propriedade foi oportunamente reconhecido ao Senhor D. Manuel - deve valer de 15.000 a 20.000 contos. Refiro-me à "Tentação de Santo Antão", de Jerónimo Bosch, tríptico guardado no Museu da Arte Antiga. ..."
Notas: Fulwell Park era a residência de D. Manuel II, na Inglaterra, aquando do exílio. O texto transcrito integra uma carta de Fernando Martins de Carvalho, a um jornal português.
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