quarta-feira, 4 de maio de 2011

Aves de rapina, a tartaruga e o caracol



O peneireiro cruza veloz o céu azul, com a sua cria, ao lado, pousa primeiro na antena de tv mais alta e, pouco depois, preciso e rigoroso, dispara em flecha para o ninho - o casal de rolas, à distância, foge espavorido. Um pequeno caracol, de casca ainda translúcida, subiu lentíssimo até ao rebordo da varanda a leste: deve ter levado meses para chegar cá acima - talvez pior que o programa do PSD que nunca mais é mostrado aos eleitores, para estes poderem decidir, em Junho. A Troika, entretanto, foi rapidíssima a fazer o seu trabalho e até já o apresentou aos partidos políticos. Celeridade ao ritmo das aves de rapina no seu voo. E até já disse que, quanto ao BPN, é para vender por "qualquer preço". Se calhar, vai ser vendido por 1 euro simbólico. E o Oliveira e Costa, o que se deve rir, como quando foi à Comissão Parlamentar e acabou na galhofa com alguns deputados (aquilo é que eram uns cómicos!...). E, entretanto, a Justiça portuguesa, preguiçosa e morosa, como a tartaruga do meu quintal de infância, vai deixando o homem descansado, depois de todas as falcatruas que praticou. E nem sequer se sabe em que ponto está o processo... Que País! Ao Bernard Madoff, a Justiça americana tratou-lhe da saúde em apenas 6 meses (Dez. 2008/ Jun. 2009) e arrumou-o, atrás das grades, por 150 anos. A nossa, que mandou deter Oliveira e Costa, em Novembro de 2008, ainda deve estar a ponderar, passados 2 anos e meio. Plagiando Júlio Dantas, da sua "Ceia dos Cardeaes": "Como é diferente a Justiça em Portugal!"

Nota pessoal: isto não é uma fábula, apesar de meter vários animais...

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