Era um tempo (explicação para os mais novos) em que os sentimentos se expressavam de uma forma um pouco dramática, mas sincera - no registo pessoano do termo. Vieram, depois, os anos 60, mais ligeiros, mais promíscuos, descomprometidos, experimentais... Depois os setentas, neo-renascentistas, recuperadores, mas apaixonantes com o 25 de Abril. Nos 80 voltou-se ao classicismo, a algum pragmatismo sólido, quase realista e sério. Há, depois, a perigosa curva dos quarenta, na minha geração ( e de que fala o Drummond). Agora, já não sei... "oliveira da eurídice", ms, não querem ajudar com um comentário?
Mas referes-te a musica ligeira/pop europeia mainstream?
ResponderEliminarOu a expressao de sentimentos? (estou sem acentos)
mas vejo experimentalismo, classissismo, etc. em todas as decadas. Os media ja generalizam demasiado. Julgo que nao vale a pena generalizar ainda mais. abraço.
Diga-se tudo, não se diga nada, dos italianos (até aos anos 70) dominaram cinema e música como ninguém - na Europa. Românticos ou sabidões, não sei e se um dia souber, fica sem graça. Os brasileiros, desde '40s até sempre, que têm lá uma coisa, a "graça" que é só deles mas que quando cantam parece que é nossa. O que é hoje, sabemos lá nós. Ficará tão pouco que é impossível fazer uma selecção acertada, mas o que lembraremos, talvez, será a revolta e melancolia de grande parte das músicas que ainda se conseguem ouvir. E, tenho esperança, ficará uma época de paródia a todos os períodos anteriores, de revivalismo crítico, mas profissional.
ResponderEliminarA oliveira da eurídice gosta do requiem do senhor amadeus e custa-lhe muito a berraria que sai da aparelhagem da eurídice, mas condescende porque sabe que ela está a crescer...
Caro ms:
ResponderEliminarsão as tuas razões, que agradeço, de opinião própria, que respeito.
Penso que toda a expressão artística (mesmo a dita "arte" menor) exprime o "ar do Tempo": preocupações, sentimentos, revoltas, modas fortuitas e/ou efémeras, etc. No caso vertente, música ligeira/sentimentos: julgo que os anos 50 eram mais efusivos e (melo-)dramáticos (talvez o post-guerra), os 60, mais libertários, e é aí, possivelmente, que se dão mudanças significativas, no séc.XX. Seguir, por exemplo, os temas predominantes no fado português, dos anos 30/40, até hoje, seria talvez interessante,para algumas pequenas conclusões...
E no entanto no inicio de 50 surgia a musica concreta em França, por exemplo: http://www.youtube.com/watch?v=N9pOq8u6-bA
ResponderEliminaranalitica, rigorosa e nada dramatica
Caríssima oliveira da eurídice:
ResponderEliminarantes de mais, obrigado pelo teu comentário que, afectuosamente, agradeço. As modas, realmente, foram como os Impérios: português, espanhol, francês, inglês no sec.XIX e, agora, americano. Amanhã, talvez chinês. Na música ligeira da Europa foi,como dizes, a Itália (intercalo os franceses)e os ingleses - pelo menos, foi como a moda chegou a Portugal.E a música brasileira, sempre presente, re-inventando-se e renovando-se, sempre.
Vai ficar pouco, com certeza. Mas uma das "griffes" de que falas, a paródia (ou a crítica ao que já foi feito), é talvez o sinal mais forte.
Muito grato.
Touché,ms!
ResponderEliminarGosto do Modugno.
ResponderEliminarEu também,MR.
ResponderEliminarO modo "um pouco dramático" como se cantava lembrou-me o ridículo do António Calvário, de joelhos, a orar "Senhor, a teus pés eu confesso...".
ResponderEliminarMas eu também gosto do DM.
Bela memória, Miss Tolstoi, e "flash" oportuníssimo, que agradeço.
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