Soneto menor à chegada do Verão
Eis como o verão
chega de súbito,
com seus potros fulvos,
seus dentes miúdos,
seus múltiplos, longos,
corredores de cal,
as paredes nuas,
a luz de metal,
seu dardo mais puro
cravado na terra,
cobras que despertam
no silêncio duro...
Eis como o verão
entra no poema.
Eugénio de Andrade, in Ostinato Rigore
Muito bonito.
ResponderEliminarUma boa estação!
Obrigado e igualmente, MR.
ResponderEliminarÀs vezes, sinto uma certa mágoa, por ver que se lê sempre o Eugénio pela mesma cartilha, perguiçosamente...
"preguiçosamente", queria dizer.
ResponderEliminarMagnífico! Não conhecia. Aliás, conheço muito mal Eugénio de Andrade e ando para lhe perguntar há muito tempo: não me diz por onde devo começar a lê-lo? Que livro, que antologia?
ResponderEliminarMagnífica também a ilustração...
ResponderEliminarPara c. a.:
ResponderEliminarnão sei, ao certo, o que, hoje, estará disponível, mas E. de A. tem uma antologia que ele próprio fez - seria a melhor forma de lhe abordar a obra.Destaco depois, dos livros iniciais, os que considero obras-mestras: "As Mãos e os Frutos", "Até Amanhã" e "Ostinato Rigore". Em seguida, é ir às cegas (se tiver gostado), porque avançará sempre bem...
Grato pela ajuda. Vou procurar.
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