sexta-feira, 30 de junho de 2023

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Ultimas aquisições (46)


Terei conhecido José Manuel Rodrigues em meados de 1976, ainda ele ajudava Arnaldo H. de Oliveira nos leilões do Príncipe Real, na Liga dos Amigos dos Hospitais, numa sala esconsa com uma mesa corrida onde se amesendavam os licitantes.  Reencontrei-o, anteontem, na sua loja ao Calhariz e soube que ia fazer 82 anos, nesta semana. Está bom e recomenda-se, felizmente.


Nos 20 minutos que faltavam, antes da Livraria Antiquária fechar, ainda escolhi dois livros que já estavam numerados para integrar o próximo boletim bibliográfico. O de Montalvão Machado estava marcado a lápis por 30 euros, o outro, por 12.
JMR fez-me um desconto substancial e paguei apenas 30 euros pelos duas obras bem volumosas. Uma atenção de amigo para um cliente antigo e estimado, por certo.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Pinacoteca Pessoal 195

 

Por vezes uma obra ou duas bastam para se reconhecer um artista, ou fazer a sua glória. A Clepsydra (1920), de Camilo Pessanha (1867-1926), sagrou a sua eternidade como poeta. Ou o(1892), de António Nobre (1867-1900). Mas também alguns pintores são de imediato identificados por um ou outro quadro, caso de Leonardo da Vinci pela Mona Lisa ou pela Última Ceia.



Para mim, as Casas de Malakoff (Paris,1923), que integram o acervo do Museu Soares dos Reis, no Porto, são o ex-libris identificador de Dordio Gomes (1890-1976) ou, pelo menos, o quadro de que eu mais gosto. Embora não saiba muito bem porquê. Para além da sábia orquestração dos volumes que o pintor soube representar na tela.

terça-feira, 27 de junho de 2023

Apontamento 156: A lenta Agonia

 

Faz parte de qualquer processo de amadurecimento  constatar que valores, anteriormente assumidos como referências, se revelem, em virtude de um conhecimento mais aprofundado das matérias, como enganos de alma ledos e cegos.

1 – De escritores, sobretudo de língua alemã, que tinha como referência de leituras no liceu e na juventude, posteriormente houve grandes enganos. Assumo, sem preconceito ínvio, que a postura ética, social e intelectual continua a ser, para mim, a base para a aceitação plena do autor e, em última análise, de o voltar a ler.

2 – Não consegui a imagem de um livro sobre o MUNDO NOVO DE ISRAEL que, nos anos 50 do século passado, ofereciam aos finalistas do ensino obrigatório na Alemanha e que, na altura, representava o fim da 8ª classe de ensino básico. Lembro-me que na capa havia um laranjal, talvez de laranjas Jaffa, que o meu avô oferecia como presente de Natal. Depois dos filmes que nos tinham projectado – e bem – na escola sobre a 2ª Guerra e a perseguição aos Judeus, o livro encaixava, perfeitamente, na formação do nosso sentimento de Humanidade a promover e estimular. Na altura, fiquei, obviamente, esclarecida e agradecida.

Sucede, no entanto, que o actual Estado de Israel conseguiu, com a sua falta de Humanidade, a proeza de desfazer, por completo, todo o esforço que a Escola Alemã transmitiu nos anos 50 do século passado aos seus alunos. E para que conste.

3 – Algo semelhante de desfasamento sobre a visão do passado sucede relativamente aos estados da antiga RDA. Embora não tendo tido nenhum relacionamento familiar directo com os habitantes que, na altura do pós-Guerra, ficaram sob o regime da SED e impedidos de deslocações para a BRD, recebia algumas notícias de uma amiga com familiares em Dresden, que ela visitava com as conhecidas dificuldades de passagem na fronteira, assim como de enviar encomendas de víveres muito cobiçadas.

Se o 17 de Junho de 1953 foi um momento de revolta, em que uma idade muita pouca esclarecida não deixou marcas, sucede que, nos anos 60 do século passado, ouvia que a RDA acolhia os fugitivos das antigas colónias portuguesas – Angola, Moçambique, etc – o que, na altura, constituía para mim uma mais valia de humanidade.

Actualmente, e perante a eleição pela TURÍNGIA, de uma figura humanamente duvidosa para ocupar o lugar de Governador e, até, com um programa que nem sequer se coaduna com a sua competência, confesso que da antiga RDA devem ter passado muitos dos resquícios do antigo regime.

Talvez a Rússia e a Sérvia dariam para explicar melhor.

Por enquanto, fico por estas agonias, e que não são poucas !

Post de HMJ

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Osmose 131


Nomear é conhecer, de algum modo. Daí a obsessão por um nome esquecido que nos fugiu da memória, e que, de noite e na escuridão, perseguimos incansavelmente pela insónia dentro.
Os números são mais para situar geografias e estados. Contento-me, satisfeito e tranquilo, com aqueles que esta manhã o corpo acusou: 126, 68, 76 sem arritmia. Saúde-se a boa proporção.

domingo, 25 de junho de 2023

sábado, 24 de junho de 2023

Do que fui lendo por aí... 58



Vai sendo uma releitura, até porque em ficção, actualmente, não arrisco uma maçada. E Graham Greene (1904-1991) é um lugar seguro, para mim. Ora atente-se ao pitoresco deste pormenor, na página 120: Enquanto Yusef ainda falava, Scobie adormeceu numa daquelas sonolências que duram alguns segundos, precisamente o tempo para reflectir sobre qualquer coisa que nos preocupa,... ( e não é que eu tenho um amigo a quem acontece isto, de vez em quando?!).
Curioso, no interior do livro, que comprei usado, vinha um marcador original da Editora Ulisseia, antigo e simples. Sendo a obra de 1956, diria que é um pioneiro raro...

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Uma fotografia, de vez em quando... (172)



Nascido em Hamburgo (1903) e falecido em Munique, no ano de 1975, o alemão Herbert List chegou tarde à fotografia e em 1936, por razões políticas, foi forçado a deixar a Alemanha, fixando-se, temporariamente, na Inglaterra, até ao final da II Grande Guerra.


 


Influenciado pelos surrealistas, a sua obra chegou a ser qualificada de "metafísica", a exemplo da pintura de Chirico (1888-1978), mas uma das suas fases lembra porventura as instalações do búlgaro Christo (1935-2020). Bem conseguidos são  também alguns dos seus retratos: Fernandel e Sylva Coscina, Picasso, Romy Schneider...



Adagiário CCCLIV


Com a temática velhice,  aqui vai uma pequena selecção de meia dúzia de provérbios: 

1 - A vida passada faz a velhice pesada.
2 - Quem quiser ser muito tempo velho, comece-o a ser cedo.
3 - Quem em velho engorda, de boa mocidade se logra.
4 - Homem magro, e não de fome, fugir dele, que ele é homem.
5 - Não digas ao velho que se deite, nem ao menino que se levante.
6 - Velho que não adivinha, não vale uma sardinha.

 

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Confusões



Há quem misture alhos com bugalhos nos postes. E junte Rieu com Van Gogh, por exemplo.
Uma imprudência desabusada.  Até na soberba da quantidade...
Mas é no que dá a cultura básica dos espalhafatosos, ao quererem alardear sabedoria.


Mercearias Finas 190



Mais uma cooperativa a funcionar bem, que merece ser destacada - a de Freixo de Espada à Cinta. Que produziu um vinho tinto com as três castas tradicionais e mais conhecidas do Douro (Touriga Nacional e Franca, Tinta Roriz), com resultado esplêndido. E que veio a acompanhar, na nossa mesa, um prato de eleição cozinhado por HMJ. Massa Filó (a consistência quebradiça faz lembrar os pastéis de Tentúgal) recheada. No caso vertente, não era doçaria. O recheio era carne picada, espargos e cogumelos, e estava um regalo! 

  



segunda-feira, 19 de junho de 2023

Citações CDLXVI



Todas as grandes verdades começam por ser blasfémias.

George Bernard Shaw (1856.1950), in Annajanska (1919).

domingo, 18 de junho de 2023

2 fragmentos de Guimarães Rosa



Estes dois fragmentos de Guimarães Rosa (1908-1967), que vou referir, fazem-me lembrar as greguerías de Gómez de la Serna (1888-1963). No fundo, eu diria que seriam conclusões de pensar o mundo e o real à luz da sensibilidade, com alguma dose de ingenuidade pueril e humor, prevalecentes.
As citações foram retiradas do livro Ave, Palavra (1985), que comprei recentemente à Livraria Lumiére.
Aqui vão os fragmentos:

"A coruja não agoura: o que ela faz é saber os segredos da noite.
...
Os corvos, tantamente cabeçudos, xingam o crasso amanhã com arregritos." (pgs. 194/5)

sábado, 17 de junho de 2023

Apontamento 155: 17 de Junho de 1953

 


Neste dia, há 70 anos, houve uma revolta popular contra o regime instalado após a 2ª Guerra Mundial, na parte leste da Alemanha atribuída à URSS, e governada pelo partido SED.

A revolta foi reprimida, com tanques dos aliados da URSS, ficando adiada, durante longos anos, a reunificação da Alemanha.

Era pequena para me lembrar do acontecimento e porque os aparelhos de televisão não tinham até chegado a muitas casas nesse período difícil do pós-guerra na antiga BRD.

Contactei, em finais dos anos 90, na cidade de Coblença, com uma pessoa, formada, docente de um instituto universitário, e visivelmente convencida da sua origem dos territórios da antiga RDA, sem, no entanto, revelar o seu apoio partidário. Confesso a minha estranheza no contacto com a pessoa visada. Entre o sobranceiro, convencido e desconfiado, vá o diabo escolher, pois ela tentou limitar a entrada para a casa de uma familiar, usando o facto de possuir a chave da dita casa, embora com ordens expressas para servir apenas de intermediário no acesso.

Quanto ao que interessa, neste momento para o panorama político da Alemanha, tenho acompanhado, e como se deve calcular com imensa preocupação, o crescente apoio das populações da antiga RDA ao partido da direita chamado AFD.

E mais não digo, porque o juízo político nem sempre é linear. Remeto, no entanto, para uma notícia do dia de hoje:

https://www.tagesschau.de/wissen/forschung/volksaufstand-100.html

Post de HMJ

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Os senhores que se seguem...



De há muito que o meu bom amigo H. N. partilha comigo as boas leituras que faz e me traz os livros melhores para eu também os ler. Reciprocamente, costumo fazer o mesmo com ele. Desta vez tenho comigo um pequeno livrinho (28 páginas) sobre o criador de Sherlock Holmes e as suas relações com Portugal. A obrinha, com dedicatória, deve ser rara, dado que é o número 67 de uma tiragem de 200 exemplares apenas.



O segundo livro, que tenho para ler, e que H. N. me emprestou, tem a ver com o escritor Joaquim Paço d'Arcos (1908-1979), sua correspondência e textos diversos. Ambas as obras contém iconografias interessantes e originais, sobretudo a do segundo volume (488 páginas).




 

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Ideias fixas 77


Eu acho que não há nada mais semelhante, nos propósitos e articulados, do que as bulas dos medicamentos e a minúcia dos textos dos contractos das seguradoras. Tirando a pequenez da letra nas companhias de seguros, sobretudo nas suas linhas finais contractuais. 

Entre os laboratórios farmacêuticos e as seguradoras parece haver um propósito de culpa original e pressentido  que, previamente, se tenta redimir de responsabilidades gerais e de problemas de justiça que venham a surgir num futuro próximo. 

Uma adivinha, para variar


A perspectiva, este ano, é muito optimista, porque as nossas duas oliveirinhas de varanda prometem uma safra generosa e memorável pela amostra, e se não houver algum cataclismo atmosférico. Darei conta oportunamente dos resultados finais.



Entretanto lembrei-me de uma adivinha curiosa referida por José Daniel Rodrigues da Costa (1757-1832) num dos seus folhetos. Assim:

Tenho uma vida de escrava,
com cativeiro tão mau,
que, sem eu fazer delito,
me mandam correr a pau.

Pelos tratos que me fazem,
nunca velha venho a ser:
Meu senhor se alegra muito
de ver meu sangue correr.

Acabo martirizada,
mas em boa opinião;
meu sangue é útil, e às vezes
tem muita veneração.

Escusado seria dizer que a solução da adivinha é a azeitona.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Citações CDLXV



Tudo aquilo que vem ao mundo para não incomodar não merece ser tido em conta, nem a nossa paciência. 

René Char (1907-1988), in Fureur et Mystère.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

A evitar, absolutamente (5)



Há mais de 4 anos que eu não abria esta temática. Nunca o fiz por gosto, antes por despeito e imperativo de consciência. E por aviso aos incautos, pela falta de qualidade: de vinhos, livros...
Acontece que, com um pequeno intervalo temporal, experimentei 2 vinhos brancos alentejanos de marcas diferentes, mas do mesmo ano de colheita (2022) e com as mesmas castas no lote: Roupeiro, Antão Vaz e Arinto. Um da zona de Reguengos de Monsaraz (Pedra do Casar, 12,5º), o outro vinho da região de Borba, com 13º.
A apreciação foi idêntica: vinhos medíocres, de sabor acre e desagradável. Tenho alguma dificuldade em aceitar e perceber como é que a Adega Cooperativa de Borba sobretudo, produtora com linhagem de qualidade firmada, foi capaz de pôr à venda este branco inqualificável.



Se é certo que, por vezes, a casta Antão Vaz, se não for bem doseada, pode diminuir o vinho, inclino-me mais para ter sido o Roupeiro a prejudicar o resultado final. Negativo, que abarca também a fraca qualidade do vinho branco produzido e posto à venda pela Carmim.
Há, por isso, que evitar esta infeliz dupla vínica alentejana.

domingo, 11 de junho de 2023

Desabafo (78)



O nosso actual PR parece ter abraçado o sindicalismo. Há quem suba a pulso e há quem desça a pique - tudo uma questão de medida e de bom senso. Mas também lá diz o ditado: "quem muito fala, pouco acerta."

Curiosidades 99



Hoje em dia incorporamos, com excessiva facilidade e lassidão mental, novas palavras de outras línguas, sobretudo do inglês, sem sequer, muitas vezes, nos darmos ao trabalho de as adaptarmos ao português, ao contrário do que os criativos e expeditos brasileiros costumam fazer - honra lhes seja! 
Mas nem sempre foi assim: já demos palavras ao mundo.
Ainda há pouco tempo atrás fiquei surpreendido ao saber que as palavras mandarim e fetiche têm origem portuguesa, e que outros países (França, Inglaterra...) as vieram a adaptar. A primeira vem do verbo mandar; e o segundo termo, vem de feitiço.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Contrastes



Cerca de 60 anos separam estas duas fotografias. Antes de mais, interior e exterior. De costas, um democrata observa a poluição em Nova Iorque, numa delas, e actualmente; na outra, um ditador contempla a vastidão do Atlântico, límpido, muitos anos atrás.



quinta-feira, 8 de junho de 2023

Viajar, conhecer



Uma das formas de progresso, até pelo suceder das gerações é, do meu ponto de vista, alargar os horizontes e o conhecimento, bem como os estudos. As viagens têm nisto um papel importante. A minha mãe chegou a conhecer a Madeira e várias cidades de Espanha, na Galiza e do centro do país vizinho. O meu filho mais velho pôs os pés em países de três continentes. Eu fiquei-me pela Europa, mas a leste não fui para além da Alemanha. Lamento não ter ido nem à Itália, nem à Hungria, países que gostaria de ter conhecido, sendo agora já tarde para os vir a visitar. Nesse aspecto nunca fui muito ambicioso e nunca me deu para coleccionar países - creio que sempre fui excessivamente europeu, facto que talvez sirva de desculpa. Posso embora dizer que conheço um pouco da maneira de ser de, pelo menos, três povos da Europa, seus costumes e gastronomia. O que já não me parece mau e deve ser levado a benefício de inventário...

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Rir



Assim começa Le Rire, de Bergson (1859-1941), pela minha despreocupada tradução:



Que significa rir? Que há na base do risível? O que é que se pode encontrar de comum entre a careta de um palhaço, um jogo de palavras, um quiproquo de revista ligeira, uma cena de fina comédia? Que resultado nos dará a destilação da essência, sempre a mesma, à qual tantos produtos diversos emprestam ou o seu indiscreto odor ou o seu perfume delicado? Os maiores pensadores, desde Aristóteles, enfrentaram este pequeno problema, que se desnuda sob esse esforço, desliza e se escapa, volta a encobrir-se, impertinente desafio ousando a especulação filosófica. (...)

Nota pessoal: não sou muito dado a filosofias, mas esta é a minha obra predilecta de um dos meus pensadores de referência. Mesmo em coisas simples, Bergson faz pensar.

 

terça-feira, 6 de junho de 2023

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Insurgência militante


A primeira virtude a abandonar-nos, com a idade, é normalmente a caridade, sobretudo por falta de paciência e disponibilidade. Ou cepticismo. Até porque, segundo dizem os manuais cristãos, o reino dos céus é dos pobres de espírito, e essa nossa omissão poderá eventualmente ajudá-los a lá chegar.
Que isto lhes sirva de compensação eterna. Como a uma pedinte romani, ainda jovem, que mendiga sentada junto às escadas da igreja do Loreto (no Chiado), lhe deve servir o telemóvel e os Marlboro extra-longos, que vai fumando para se entreter, enquanto exerce a sua actividade quotidiana.

sábado, 3 de junho de 2023

Memória (enológica) 146



Pelo Fugas, do jornal Público de hoje, me vem a notícia de que foi posta à venda a mais recente edição (de 2014) da Reserva Especial da casa Ferreirinha, com o preço recomendado de 280 euros. Ainda me lembro que a sua "irmã mais crescida" Barca Velha, em finais dos anos 70, se vendia numa charcutaria da rua Alexandre Herculano, por cerca de Esc. 600$00. Também nessa altura eu não estava disposto a esportular tal maquia...



Sempre que, nas grandes superfícies, vou escolher vinhos, constato o curto espaço nas gôndolas ocupado pelos vinhos da Bairrada, que sempre foi (injustamente) uma região mal-almada, excepto na zona pelos seus habitantes. Mas também tenho verificado que o linear dos vinhos do Dão, muito celebrados antigamente, se tem reduzido substancialmente, nos últimos tempos.



Ganharam entretanto, e muito, os vinhos do Alentejo e do Douro. E os vinhos Tejo estão também a crescer. Eu vou-me ficando pelas minhas relíquias guardadas, como um muito bom bairradino tinto Sidónio de Sousa de 1998 (garrafa nº 10.328 de 16.000), com 12,8º, que, há dias, acompanhou umas perdizes estufadas. Com o esplendor devido, na sua maturação plena da casta Baga, e com os seus 25 anos de idade.

sexta-feira, 2 de junho de 2023

5 dizeres regionais minhotos



Numa revisita à obra Apontamentos acerca do Baixo-Minho (1957/8), de F. J. Martins Sequeira, recolhi um pequeno conjunto de termos regionais pitorescos que passo a citar, dando o respectivo significado:

1. Andrómina - tretas, mentira, intrujice. (Conhecia a palavra endrómina, como engano, falsidade.)
2. Bègueiro - mulo, macho, jumento de carga.
3. Comilice - trapaça ao jogo, batota, fraude, exagero de preço.
4. Lorfinho - muito fofo, macio.
5. Pito - âmago apodrecido da fruta, sem mostras por fora: «uma pêra que parecia tão linda e tem pito.»

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Adagiário CCCLIII




 Junho floreiro, paraíso verdadeiro.