sábado, 31 de dezembro de 2016

As palavras do dia (23)


Um dos maiores riscos para o mundo é ter um presidente dos EUA que governa pelo Twitter como um adolescente, com mensagens curtas, sem argumentação, que, para terem efeito, têm de ser excessivas e taxativas.

José Pacheco Pereira, em crónica "A ascensão da nova ignorância" (Público, de 31/12/16).


Nota pessoal: aconselha-se a leitura integral desta crónica exemplar.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Mais um poema de Roberto Juarroz


8
Pensar é uma incompreensível teimosia,
qualquer coisa como prolongar o perfume de uma rosa
ou perfurar com raios de luz
a espessura das trevas.

É também ultrapassar alguma coisa
através de uma insensata manobra
desde um barco acidentalmente submerso
até a uma navegação sem barcos.

Pensar é insistir
por uma solidão sem regresso.


Roberto Juarroz (1925-1995), in Poesia Vertical (1987).

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Ad usum delphini (6)


Não se pode pensar que, ao escrever num texto ou num verso uma palavra esbelta ou rica de sugestões, como Veneza ou Trieste, por exemplo, o nome de uma de uma praça ou rua turística de Londres ou de Paris (há que evitar a parvónia lusitana, em absoluto!), muito conhecidas, ou mesmo  a displicente inscrição de um autor célebre estrangeiro em moda, esse texto ou verso ganhe mais força ou qualidade intrínseca por essa citação ou referência. Diria que são os antigamente chamados, em círculos ou nichos considerados cultos:  fumos da Índia...
Mas há quem assim o julgue, numa fé absurda de mais valia ou nesta nova ignorância ( Pacheco Pereira dixit) ilustre, e fique fascinado com essa forma muito provinciana de fazer literatura. Ou literatice. (Que em blogues, também se encontra e usa.)
Por aí abundam bastos exemplos.
Cuidem-se!...


Ideias fixas 8


Nunca pensei que a Princesa Leia deixasse tanta gente na orfandade. E não só crianças. Foi-me útil, no entanto, a sua morte, porque fiquei a saber que era filha da Debbie Reynolds e de Eddie Fisher, cantor e artista, que se perdeu de amores por outra grande estrela da época - Elizabeth Taylor.
Fiquei-me a pensar se não terei sofrido tanto, quando morreu Errol Flynn, que era o herói - Robin Hood - da minha meninice...

Citações CCCV


O ócio é o pai da filosofia.

Thomas Hobbes (1588-1679), in Leviathan.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

2 Haiku de Chiyo-Ni


O rouxinol volta
e volta a cantar - repete-se.
E não se cansa nunca.

...
Água que se faz cristal,
os pirilampos que se apagam,
pela noite fria nada mais existe.


Chiyo-Ni (1703-1775)


Nota: poetisa precoce, Chiyo-Ni fazia haiku desde a sua meninice, vindo a professar como monja budista, na maioridade.

Humor negro (7)


Sem mais palavras...

A seguir


Quando saí, por volta das 9h00, para comprar o jornal, o frio era lancinante e não havia ninguém na rua. No regresso, passei por uma pobre tola, aos saltinhos, que resmoneava, e por uma senhora muito composta e silente, de bengala e óculos, com um gorro na cabeça, que ia em direcção do pequeno centro comercial. Não havia carros em movimento, apenas automóveis estacionados e orvalhados.
Os acontecimentos, mais ou menos importantes, permitem fechar e abrir capítulos. No entretanto, acontece nada e nem mesmo os jornais inventam notícias. Por isso se lêem em dez minutos, ou nem tanto. Abra-se uma excepção para alguma morte despropositada, para a época. George Michael, por exemplo. Fora isso, de 26 a 30/12, é habitualmente um tempo neutro. Quase de ninguém.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Adagiário CCLXIV


Natal à Sexta-feira, por onde puderes semeia; em Domingo, vende bois e compra trigo.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Da "Missa Salisburgensis", uma pequena parte

Obra maior da música sacra, esta Missa Salisburgensis (1682), atribuída a Heinrich Johann Franz von Biber (1644-1704), cai bem, pela sua magnificência, alegria e qualidade, nesta quadra natalícia. Aqui ficam os acordes de Gloria, num coro magnífico, sob a direcção de Ton Koopman.

Pinacoteca Pessoal 120


Litógrafo, ilustrador e pintor, o francês Luigi Aloys-François-Joseph Loir (1845-1916), que usou na profissão o nome de Luigi Loir, embora reconhecido pela qualidade dos seus trabalhos, não é um nome cimeiro da pintura europeia. Curiosamente, nasceu na Áustria onde os seus pais tinham acompanhado a família real francesa, no exílio.
Escolhi-o para esta rubrica pelo tom crepuscular de muitas das suas telas, que fazem lembrar o Inverno, estação em que acabámos de entrar. O primeiro quadro é de 1893 e intitula-se: Antes do Embarque. O segundo, pintado em 1899, representa uma estação de metropolitano, em Paris.

 


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Divagações 119


Havemos de procurar, para a perda de ontem, algum consolo, hoje. Mesmo que indefinido e vago.
Com os anos, vamos tendo cada vez mais dificuldade em nos despedirmos daquilo a que nos habituamos ou gostamos. Pode ser um cinzeiro que se parte, uma companhia teatral que acaba, um restaurante que fecha, um amigo de infância que resolveu partir mais cedo, uma livraria afectuosa que se vai transformar num banalíssimo café, como dezenas de outros...
Nestes casos, creio que uma boa memória nem sempre nos ajuda. Porque diminui as expectativas, as novidades inteiras, as situações inéditas, para a frente; e, por outro lado, afeiçoa-nos demasiado àquilo que nos acompanha, ou tem vindo a acompanhar, naturalmente, até que se começa a perder para sempre.
Como se fora um tango de que tanto se gosta, mas que se vai esgotando à medida que se vai ouvindo.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Do que fui lendo por aí... (4)


...que as leis erão teias de aranha em que se prendião moscas, e nunca ficavão aves, porque estas rompem a rede, para ellas fracas, e aquellas que por fracas não rompem, ficão. (pg. 52)

...; os testamentos servem para declarar a ultima vontade, mas sempre esta fica duvidosa, quando os testamentos se fazem no ultimo da vida, porque então as afflições do animo não deixão livre o discurso da rezão, e mais pode o querer de quem persuade, que o de quem testa, porque este obedece e aquelle ordena; que na morte, obra mais a obediencia, que o imperio. (pg. 60)

Fr. Alexandre da Paixão, in Monstruosidades do Tempo e da Fortuna.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Votos natalícios


Como tradicionalmente, e tendo como pano de fundo o mini-Presépio já montado, mas visto de cima, para variar, vimos desejar os melhores votos natalícios aos nossos Amigos, aos estimados Seguidores e às ocasionais visitantes (só à receita dos Mexidos Vimaranenses, já cá vieram 144, este mês; uma delas, da Tunísia...).
Adicionemos, com estima, desejos de um 2017 mais pacífico, para todos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O estado da fé


Eu creio que os resultados do gráfico, em imagem, que o último L'Obs.(nº 2719) publicou, sobre a França, não se afastarão, porventura, muito dos números, percentualmente, que se poderiam obter em relação ao catolicismo, em Portugal. Nas últimas décadas os crentes em seitas (brasileiras e americanas, principalmente), os animistas e o número dos agnósticos aumentaram substancialmente.
Já éramos um país de platónicos, em relação à fé, cujo maioria se confessava, comodamente, católico  não praticante, no tempo em que isso era aconselhável e politicamente correcto. Hoje, se calhar, nem isso...

domingo, 18 de dezembro de 2016

Recomendado : sessenta e cinco


Não será um livrinho (112 páginas) muito fácil de encontrar: teve uma pequena tiragem de apenas 300 exemplares e foi editado por uma editora discreta (Averno), mas exigente, que não paga a mercenárias de blogues para propagandearem as suas publicações medíocres, nem a críticos a soldo de interesses disfarçados. O aspecto do pequeno livro é, esteticamente, muito agradável à vista e ao manuseio.
Este Incipit, do poeta Manuel de Freitas (1972), saiu em 2015, e em 14 capítulos pequenos, mas densos, aborda os primeiros livros de poesia de outros tantos escritores, que vão de Jorge de Sena (Perseguição) até José Miguel Silva, passando por Herberto Helder e Fernando Assis Pacheco. O texto afirma, com lucidez, algumas verdades, mesmo politicamente incorrectas (...teremos de reconhecer que Júdice raramente se afastou de uma oca palavrosidade [que se transformou, com o passar das décadas, numa penosa auto-caricatura]...).
Aconselho a leitura, que será, com certeza, de proveito e gosto. E é uma boa prenda de Natal - para quem a mereça...

Retro (91)

De ontem? Ou de sempre?

Uma fotografia, de vez em quando (89)


Um dos encontros fundamentais na vida da fotógrafa norte-americana  Berenice Abbott (1898-1991) terá sido, em Paris, nos anos 20, com Man Ray (1890-1976), de quem foi assistente, e também com o respeitado fotógrafo francês Eugène Atget (1857-1927), a quem tirou alguns dos últimos retratos.
Em anos maduros Berenice Abbott referia: "Photography can never grow up if it imitates some other medium. It has to walk alone; it has to be itself."


A arquitectura de Nova Iorque foi uma das suas temáticas preferidas, mas ela foi também uma retratista notável (Joyce, Cocteau...). A qualidade da sua obra fotográfica justificou que fosse a primeira mulher a integrar a Academia Norte-Americana de Artes e Letras.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Citações CCCIV


A discrição no discurso é ainda mais importante do que a eloquência.

Francis Bacon (1561-1626).

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O cerco


O tráfego deles aumenta e intensifica-se.
Nem em Dezembro abranda: agora são fototuristas ainda mais pindéricos do que os de Verão. A casa mais banal, a montra mais paupérrima, nada lhes escapa para fotografar, como se tivessem vindo de Las Hurdes de Buñuel, directamente para Lisboa - e se calhar vieram...
Não bastava os que chegam por acaso, ou empurrados por agências de viagens sem imaginação, ainda para mais o Le Monde e o L'Obs contribuem, estupidamente, propagandeando Lisboa, para esta poluição desenfreada dos fototuristas...


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Bibliofilia 149


Não é fácil acompanhar a vida passada ou monografias de antigas revistas portuguesas. Muitas delas com vida breve ou efémera deixam habitualmente um rasto ténue.
Desta revista de cultura portuguesa Rumo, dirigida por Mário de Albuquerque (1898-1975), que foi professor catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa, ter-se-ão publicado 6 números no ano de 1946. Que, muito bem encadernados, vi à venda, num catálogo de alfarrabista, por 250 euros, recentemente. Números soltos, brochados, podem adquirir-se à volta de 10 euros, em média.
De pendor conservador e com colaboradores simpatizantes do Estado Novo, a revista abordava a filosofia, economia e também temas literários. O número 1, que possuo e surge em imagem, tem capa de Manuel Lapa. De destacar, entre a página 100 e a 101, um extra-texto com um belíssimo retrato, a lápis, do poeta Afonso Lopes Vieira (1878-1946), executado pela multifacetada artista Alice Rey Colaço (1892-1978). O desenho está datado de S. Pedro de Muel, e do Verão de 1947(?).

No C. V. do poeta Ruy Belo (1933-1978) surge, por volta dos anos 60, a indicação de que teria sido chefe de redação da revista Rumo (ressurgimento?); de 1958, na mesma revista (?) há também referências à colaboração de António Quadros (1923-1993).


terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Do rifoneiro castelhano (8)


Carnero, castellano; vaca, gallega; arroz, valenciano.

(Carneiro, castelhano; vaca, galega; arroz, valenciano.)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Marcos Ana (Alconada,1920-2016, Madrid)

Há pouco mais de duas semanas (24/11/2016) faleceu, em Madrid, o espanhol Fernando Macarro Castillo que, como poeta, usou o pseudónimo de Marcos Ana (1920-2016). Encarcerado pelo regime franquista, com pouco mais de 15 anos, pela sua actividade ao lado dos republicanos, foi libertado apenas 23 anos depois, em 1961, por pressão da Amnistia Internacional e de vários intelectuais estrangeiros. É desse tempo de prisão o seu mais conhecido poema Decidme como es un arbol, escrito com 22 anos de idade. Que passamos a traduzir, fazendo-o acompanhar pela leitura do Poeta, em vídeo, no início deste poste.

Decidme como es un arbol

Dizei-me como é uma árvore,
contai-me como chilreia um rio
coalhado de pássaros,
falai-me do mar,
do cheiro amplo do campo,
das estrelas, falai-me do ar,
descrevei-me um horizonte
sem limites nem chaves
como a cabana de um pobre,
dizei-me como é um beijo de mulher,
dai-me o nome do amor,
porque já não o lembro.
Será que as noites ainda se perfumam
de enamorados sob a lua,
trémulos de paixão,
ou já só resta um abismo?
A luz coada da masmorra
e a canção da minha rosa
de 22 anos, já me esqueço
da dimensão das coisas,
sua cor e aroma,
escrevo às cegas sobre o mar,
o campo e o bosque,
digo bosque
e sinto que perdi a geometria da árvore.
Falo por falar sobre os assuntos
que os anos me fizeram esquecer,
e nem posso já continuar: ouço perto
os passos do carcereiro.

domingo, 11 de dezembro de 2016

3º Domingo de Advento


No Sábado ainda houve tempo para ir ao Mercado de Almoçageme. De lá trouxe a florzinha para embelezar o meu canteiro da varanda da cozinha.

E hoje, penúltimo Domingo de Advento, foi o dia dedicado à feitura das bolachas de Natal, enchendo as caixas e os saquinhos de oferta.


Post de HMJ

Sartre, as idades e a velhice


(...) Aos trinta anos havia um futuro, como havia aos cinquenta. Talvez aos cinquenta esse futuro estivesse mais limitado do que aos trinta; não era eu que o podia ajuizar. Mas a partir dos sessenta e cinco, sessenta e seis anos, já não há futuro. Naturalmente, existe o futuro imediato, os cinco anos próximos; mas mais ou menos eu já disse tudo quanto tinha para dizer; em linhas gerais eu sabia que já não tinha muito para escrever e que dez anos depois tudo estaria acabado. Recordava-me da velhice do meu avô, uma velhice triste; quando tinha oitenta e cinco anos, estava acabado, mas sobrevivia, não sabíamos porquê. (...)

Jean-Paul Sartre (1905-1980), in Cérémonie des Adieux suivi..., de Simone de Beauvoir.

sábado, 10 de dezembro de 2016

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Sonhos...


É raro eu entrar na FNAC, sobretudo desde que deixou de ter as últimas novidades em livros franceses e se parece, cada vez mais, com a Bertrand. Mas anteontem, acidentalmente, entrei. E fiquei fascinado com dois títulos, largamente expostos nos escaparates, de um casal de célebres e famosos escritores portugueses muito badalados. Ora, reparem na felicidade natalícia destes títulos:
- Não se engana o coração.
- Quero acreditar.
Quando eu for grande, e se tiver a sorte de publicar algum livro, vou querer dar assim um título feliz e inspirado à minha obra. Ou então plagio, adaptando, o nome do livro de Frei Alexandre da Paixão, sobre o tempo de D. Afonso VI. Que, como título, também é um achado precioso.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Roberto Juarroz (Argentina, 1925-1995)


9.

Penso que neste momento
talvez nada no universo pensa em mim,
que apenas eu me penso,
e se agora morresse,
nada, nem eu me pensaria.

E por aqui começa o abismo,
como quando adormeço.
Só eu próprio me sustenho, e me abandono.
Contribuo para cobrir de ausência tudo.

Talvez seja por isso
que pensar num homem
é o mesmo que salvá-lo.


Roberto Juarroz, in Poesía Vertical.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Idiotismos 39


A fazer fé naquilo que afirma António Thomaz Pires, no seu Origem de várias locuções, adagios... (Elvas, 1928): "Os turcos cumprimentam-se uns aos outros, com : SALAMALAI KOM (a saúde vos acompanhe); destas palavras árabes veio a palavra salamaleque."
Actualizadamente, a expressão correcta será Salaam Aleikum, traduzível por: a paz esteja convosco. E a adaptação ao português, ou corruptela fazer salamaleques vale por um tratamento cortês algo exagerado.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Citações CCCIII


Um dos grandes problemas da poesia rimada e metrificada é esse. A quantidade de poetas que acha que está fazendo poesia porque está fazendo verso metrificado. A métrica está certa, a rima está certa e o cara pensa que é poesia, mas não é.

Ferreira Gullar (1930-2016).


Nota: o poeta brasileiro Ferreira Gullar, falecido ontem (4/12/2016), foi Prémio Camões, em 2010.

Ideias fixas 7


..."Os coleccionadores têm sempre as suas particularidades, mas nalguns casos é possível encontrar padrões comuns - os japoneses, por exemplo, gostam de peças com pequenos defeitos porque, culturalmente, rejeitam a simetria."...

Jorge Welsh (antiquário), em entrevista ao jornal Público (4/12/2016).

domingo, 4 de dezembro de 2016

Mercearias Finas 117


Altamente improvável, a Caldeirada, hoje, não tivéramos ido ao Mercado do Monte e a Leonor nos esperasse, bem como a filha já bem grávida, pela segunda vez. Estavam caros os Linguados e os Pregados, enquanto a Caldeirada não chegava aos 10 euros o quilo e estava fresca, bem variada e abastecida.
Disse-lhe só: "Safio é que não, que é muito traiçoeiro de espinha!" Pergunta-me a Leonor: "E Pata-roxa pode ser? Respondi: "À vontade, e pode abusar da Raia, também!"
Popular o conduto do almoço, pede um vinho cumpridor, mas sem exuberâncias. Tenho um Borba branco, de 2015, no frigorífico. Anda muito bom nos seus 13º de Antão Vaz, Arinto e Roupeiro (o Síria das Beiras, que alentejano, no Borba, acaba sempre por ser menos acídulo), que vão combinar, por certo, muito bem com a Caldeirada. E saudosa, que este ano, pelo Verão, pouco prováramos delas.


sábado, 3 de dezembro de 2016

Exposição de Pintura


Aqui se dá notícia da inauguração, no próximo dia 10 de Dezembro, em Gondomar, de uma exposição de pintura de Maria Dulce Barata Feyo.

Grandes questões de antanho


Um diálogo de Apostrophes:
Bernard Pivot: «Pourquoi buvez-vous?»
Marguerite Duras: «On boit parce que Dieu n'existe pas.»

Nota: este Apostrophes pode ser visto e ouvido na íntegra, no Youtube, sob o título - Marguerite Duras - Les grands entretiens de Bernard Pivot.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Pinacoteca Pessoal 119


Com vida breve e actividade frenética, sobretudo como escritor menos bem sucedido, mas com resultados surpreendentes na ilustração finissecular, o inglês Aubrey Beardsley (1872-1998) tem nas gravuras que criou para a "Salomé", de Oscar Wilde (1854-1900), um dos seus trabalhos mais interessantes e conseguidos.
Integrado nos cânones e escola dos pré-rafaelitas, a sua obra pressagia a art nouveau pelo traço estilizado e elegante dos seus desenhos. Com uma vida muito pouco convencional e até algo escandalosa, Beardsley faleceu prematuramente com 25 anos, de tuberculose.


Adagiário CCLXIII : Dezembro (7)


1. Dezembro molhado, e Janeiro bem gelado.
2. Dezembro com Junho ao desafio, traz Janeiro frio.
3. Quem varejar antes do Natal, fica-lhe a azeitona no olival.
4. Dia de S. Silvestre (31) nem no alho nem na réstia.