segunda-feira, 21 de março de 2016

No Dia da Poesia, do bom e velho Sá


Ao Príncipe D. João, mandando-lhe mais obras


Tardei, e cuido que me julgam mal,
qu'emendo muito e, qu'emendando, dano.
Senhor, porqu'hei gram medo ao mau engano
deste amor que nos temos desigual;

Todos a tudo o seu logo acham sal;
eu risco e risco, vou-me d'ano em ano:
com um dos seus olhos só vai mais ufano
Filipo, assi Sertório, assi Aníbal.

Ando cos meus papéis em diferenças.
São preceitos de Horácio - me dirão;
em al não posso, sigo-o em aparenças.

Quem muito pelejou como irá são?
Quantos ledores, tantas as sentenças,
c'um vento velas vêm e velas vão.


Nota: em geminação com MR, no seu Prosimetron.

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